Há algum tempo, a crônica deu notícia de um fato que fez clamor e comoveu muitíssimas pessoas. Tratava-se de um recém-nascido que tinha sido abandonado, envolvido num saco de plástica e jogado num caixão do lixo. Uma pessoa, ouvido seu gemido, o recolheu e o levou urgentemente no hospital mais próximo. Os médicos do Pronto Socorro procuraram repetidamente de reanimá-lo com todos os meios. Infelizmente, sem resultado: o neném não dava sinais de vida, estava roxo e inerte, estava morto.Uma enfermeira, talvez levada pelo desespero e pelo instinto maternal, entre as lacrimas, tomou-o nos braços e o apertou com força contra seu peito. Aconteceu o inesperado: a criança teve como um calafrio, um arrepio... Começou a chorar! Um milagre! Ele tinha voltado à vida!Este acontecimento, um milagre da vida, ainda agora consegue comover-me e, para nós, que moramos AQUI no Getsêmani, nos faz pensar no Senhor e ao seu pedido que ainda hoje, ecoa neste jardim. De fato, o Senhor Jesus, AQUI, manifesta estar junto do Pai, AQUI se demostra sofredor e necessitado, AQUI ele entra na agonia, sua sangue (Lc 22,39-44). Talvez, também vocês, como eu, imagino, pensam que seja Ele, AQUI, a ter necessidade de amor, que está com frio, e que deve ser abraçado... Não é verdade? Pode ser... sem dúvida. Eu proponho a você uma outra perspectiva teológica: A mim parece que Deus Pai, em seu desenho de salvação, do mistério da Encarnação até ao Mistério de sua Páscoa, que nós nos estamos preparando a celebrar e, agora, numa liturgia vivente da história coletiva e individual, não deixa de abraçar com amor imenso nossa humanidade para trazer-nos de novo em vida. Neste mês, oramos sobre este grande mistério. Feliz Páscoa, e que ela seja no Senhor
